quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Olá queridos!!!

O Texto abaixo foi extraído de um artigo de Karl Barth, Esbozo de Dogmatica. Vale a pena ler e refletir. Quem quiser o texto completo mande um e-mail para ricardo.treumann@gmail.com

Um grande abraço a todos.

Ricardo

1.2. Missão como serviço de Deus no mundo
A vida de uma Igreja uma, santa e universal está determinada pelo fato de que é desempenho do serviço de proclamação (arauto) a ela encomendada. A igreja vive, assim como vivem outras coletividades; porém em seu serviço a Deus se põe de manifesto a sua essência: proclamação da Palavra de Deus, administração dos sacramentos, liturgia mais ou menos desenvolvida, aplicação de um direito canônico e, finalmente a teologia. O grande problema que a igreja tem que responder é esse: o que se faz com todas essas funções? Trata-se de edificar? Trata-se da salvação de alguns ou de todos? Trata-se de um fenômeno da vida religiosa ou se trata, de modo estritamente objetivo, de uma ordem que se deve realizar como opus Dei (obra de Deus). Onde a vida da igreja se esgota servindo-se a si mesma, tem sabor de morte, e esquecido o decisivo: que toda essa vida só se vive no desempenho do que nós temos chamado de serviço de arauto da igreja, a proclamação, o kerygma. Uma igreja que conhece sua missão não quererá e nem poderá, em nenhuma das suas funções, persistir em ser igreja por amor de si mesma. Existe o “rebanho de crentes em Cristo”, porém dito rebanho é enviado: “ide e anunciai o Evangelho”. Isto não quer dizer: “ide e celebrai cultos”, “ide e edificai com as pregações”, “ide e celebrai os sacramentos”, “ide e apresenta-os com uma liturgia que pode reproduzir a liturgia celestial”, “ide e idealizem uma teologia capaz de desenvolver a magnificência da Suma de santo Tomás”... Certamente, não existe nenhuma proibição alguma em fazer tudo isso e até pode haver muitas razões para faze-lo, porém nada de tudo isso, absolutamente nada, como um fim em si mesmo! Pelo contrário, a única coisa que deve contar em tudo isso é: “anunciai o Evangelho da toda criatura”. A igreja corre como um arauto para entregar sua mensagem. Não é um caracol que leva sua casinha nas costas e sente tanto prazer por ela, que só de vez em quando coloca seu chifre ao sol, pensando então que cumpriu com a “exigência de publicidade”. Não, a igreja vive da missão de arauto, é a compagine de Dieu! Ali onde vive a Igreja, deve perguntar se está ao serviço da missão ou se é um fim em si mesma. Se for o segundo, normalmente começa a ter sabor de “sacro”, a imperar o pietismo, o clericalismo e a insipidez. Quem tem olfato fino o exalará e o achará horrível! O cristianismo não é “sacro”, mas sim que sopra o vento fresco do Espírito. Se não, não é cristianismo. O cristianismo é uma realidade absolutamente “mundana”, aberta a humanidade: “ide por todo mundo e proclamai a Boa Nova a toda a criação”.

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